
Não há quem passe no Arpoador e não esbarre no Tom Jobim, não há quem caminhe pela Orla Bardot em Búzios e não encontre a Brigitte. A “mãe” dessas e de muitas outras esculturas espalhadas do Acre a Londres é Christina Motta.
A artista paulista, que deixou Londres depois de 21 anos, veio à Búzios para uma temporada e por aqui ficou. Em seu ateliê / casa, Christina esculpe conhecidos e desconhecidos que lhe trazem o reconhecimento com uma série de esculturas em lugares públicos.

Ainda em Londres, Motta participava de exposições pela Europa e muito do seu trabalho era feito sob encomenda para galerias e espaços privados. Nessa época Christina já era conhecida no circuito artístico, mas foi a partir da escultura de Brigitte Bardot, inaugurada em 1999 durante o 1º Festival de Cinema de Búzios, as obras da artista ganharam fama e passaram a ser admiradas por todos.
Mário Paz, então secretário da Cultura de Búzios, encomendou à artista que fizesse uma escultura em homenagem à musa que projetou a fama internacional da vila dos pescadores. Com o projeto na mão, Mário se encarregou de conseguir o patrocínio da empresa Visa para financiar o custo da obra. No ano seguinte, a Visa presenteou a cidade com outra escultura, a dos Três pescadores, também criada por Christina para homenagear os muitos pescadores que aqui vivem até hoje.
Christina se refere às suas esculturas como “minhas crianças”, como se fossem seus filhos. “Digo isso porque na vida real, quando você põe um filho no mundo, não tem ideia do que vai lhe acontecer ao longo dos anos! Uns dão muito certo, outros nem tanto. Enfim, o mesmo acontece com as esculturas. Elas nascem e muitas delas têm um destino jamais imaginado por mim! A artista se diverte observando as interações do público com a sua obra e como as histórias das “suas crianças” têm vida própria.
Quando Christina trabalhava em seu ateliê na escultura de uma garota encomendada pelo dono do antiquário da praça dos Ossos em Búzios, o seu marido Manoel, comentou que a garota lembrava a sua tia Dalva. E assim a “Garota dos Ossos” foi batizada de Dalva. Durante a inauguração muitas pessoas perguntavam qual era o nome da moça de bronze e a artista respondia: “Dalva”. A partir daí, do coquetel ao burburinho nas ruas, tinha sempre alguém que dizia: “Ah! Dalva, me lembro muito, ela morava ali”.
Toda escultura da artista tem nome e uma história por trás. A história de Dalva, e muitas outras, é contada em seu instagram. Vale a pena conferir!
Ao longo dos 25 anos que Christina mora e trabalha em Búzios, a sua obra em espaços públicos vêm se multiplicando. Em São Paulo podemos encontrar:
“O Homem na Chuva” no Parque do Povo, “Forrest Gump” na entrada do Memorial da Innova e “Paulistinhas” nos jardins do Museu de Arte da Assembleia Legislativa de São Paulo. No Rio de Janeiro as obras de Christina podem ser vistas no Arpoador, onde está o “Tom Jobim”, “Cazuza” no Leblon, “Tim Maia na Praça Afonso Pena na Tijuca, “As 12 Crianças de Realengo” na praça da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, entre muitas outras.
No Acre, a artista tem os “Anônimos” na entrada do Novo “Mercado Velho“ em Rio Branco, que são 3 esculturas de 2,5 metros cada e “Juvenal Antunes” – um poeta local que passava os dias bebendo gim, jogando papo fora, lamentando o amor perdido e escrevendo poesias.
Já em Búzios, a cidade que o casal Christina e o marido Manoel adotaram, tem a sorte de ser a cidade campeã em números de esculturas públicas da artista.
Siga o circuito, tire uma foto e marque a artista no instagram https://www.instagram.com/christinamotta
Circuito das esculturas de Christina Motta em Búzios